domingo, janeiro 27, 2008

Lição de sobrevivência...

Sempre que estiver no metro, sentado, e um senhor com aspecto degradado se sentar ao seu lado não se arme em forte, tentando aguentar o cheiro, na esperança que o indivíduo saia na próxima estação. Isso não vai acontecer e você vai ficar extremamente enjoado.
Após 2 estações e uma subtil movimentação para a outra ponta da carruagem, quando o forte aroma a natureza humana empestou já todo espaço, o vómito é quase uma relidade inevitável...
Se tiver que ser que seja com classe, afinal dentro de momentos estará na Baixa!

sexta-feira, janeiro 25, 2008

A Escolinha #3 ou Escrever Sobre Teatro É Complicado...

(...)
Decidi então escrever sobre a minha dificuldade de decisão (coisa que já não acontecia há bastante tempo!), sobre a minha dificuldade em escrever sobre teatro e sobre o meu actual cansaço e desalento face ao teatro no meu país, onde de repente tudo me parece demasiado fácil, óbvio, onde já nada me surpreende e que cada vez mais me faz acreditar que conhecer uma arte por dentro é meio caminho andado para que o encanto se quebre.

Estou farto de ver clássicos em clássicos, clássicos a atirar ao experimentalista e contemporâneos a atirar ao retro.

Não há paciência para uma nova geração de actores bonitinhos e inqualificados. Actores que emergem como cogumelos, são postos em cena sem saber diferenciar um proscénio de uma direita alta e acharem que Shakespeare pode ser um batido de pêra e que, tal como os ditos fungos tendem, na sua maioria a desaparecer com as primeiras chuvas, pois a base de sustentação é fraca. O mesmo é válido para “velhos” actores que têm momentos de epifania (causados na maioria das vezes por falta de trabalho), e decidem iniciar-se na encenação com ideias tão avant-garde, que muitas vezes nem os próprios as apanham.

Aborrece-me a falta de rigor em coisas tão simples como um actor estar fora de luz espectáculo após espectáculo, cena após cena e não haver ninguém que o alerte antes de estrear, nem mesmo depois, já que é incapaz de se corrigir.

Chateia-me o artistedo de novos actores que saem do conservatório e, como até não são maus, são convidados para integrar um elenco de um Nacional e depois exigem diariamente flores frescas no camarim.

Chateia-me esta cultura de teatra que se vive, assiste e cultiva, que sabota o próprio meio com os seus direitos adquiridos e vitalícios (alguns post-mortem) a quantidades escandalosas de convites por espectáculo, quando poderiam perfeitamente pagá-los. Esta teatra onde se imiscuem os iluminados que nunca gostam de nada do que vêem, mas que também não se vê conseguirem fazer nada melhor.

Irrita-me o constante discurso derrotista e de comiseração (muitas vezes infundado) da subsidio-dependência. Seria bem melhor que se empregasse o tempo perdido nesses discursos a trabalhar no sentido de definir estratégias viáveis para que as estruturas se tornem gradualmente mais auto-suficientes.

Tira-me do sério usar esta dependência como desculpa para a falta de qualidade de um trabalho.

Ah! E obviamente todos os pseudotes que, lá porque tiraram um mestrado, com um nome do tamanho de um comboio, em Londres, Paris ou Nova Iorque e até têm jeitinho para a escrita, criticam tudo e todos (mesmo o que não interessa), normalmente de forma bastante acutilante e negativa (pois diz que são pessoas de gosto requintado e que já viram mundos e fundos). No entanto, não são capazes de argumentar, de sustentar a crítica quando confrontados com a mesma, evadindo-se com “Eu tinha de escrever alguma coisa!” ou “Ah, mas há ali coisas que foram retocadas pelo chefe de redacção e mudou um pouco o sentido da ideia original. Não era bem aquilo que eu queria dizer!”

Entristece-me que tenha de haver uma Plataforma de Intermitentes para que um País se aperceba que o artista não tem subsídio de férias ou desemprego, décimo terceiro mês e não tem simplesmente direito a estar doente e “meter baixa”. Alegra-me no entanto esta atitude de acordar as mentes de uma nação habituada a resignar-se numa passividade exasperante do “faz-se o que se pode!”.

Poderia ainda dissertar acerca de jogos políticos que permitem a entrega do monopólio da programação de um teatro municipal a um só ser, mas cairia novamente em regionalismos e não é esse o meu objectivo aqui, pelo que sinto que será sensato terminar por aqui.
(...)

A Escolinha #2

Lips of Thomas (1975). Galeria Krinzinger, Innsbruck.

Ainda sobre a nova lei...

quarta-feira, janeiro 23, 2008

Um Menino Dos Meus Olhos...

Por ser uma pessoa com quem tenho o prazer de trabalhar e que admiro como profissional e por quem nutro um carinho especial, decidi partilhar aqui um bocadinho deste menino dos meus olhos, na rádio.

quarta-feira, janeiro 16, 2008

Um Ontem Difícil...

Não gosto quando...
... há exercícios de psicodrama.
... se esquecem de me dar espaço para não querer.
... acham que vão descobrir todos os meus dramas e situações mal resolvidas e mostrar-me o caminho, em meia dúzia de aulas.
... me desarrumam e me fazem revivier experiências que já foram dolorosas o suficiente quando as vivi a primeira vez e não quero voltar a vivenciá-las.
... se sentem postos em causa porque abandono aulas a meio, quando não me apetece, nem faz sentido, descambar frente a um grupo de pessoas que não conheço.


É bom...
... sair à rua enquanto chove torrencialmente e chorar copiosamente.
... saber amigos por aqui.
... perdermo-nos à conversa entre cervejas na Brasileira e acabar a tomar o pequeno almoço no Mercado da Ribeira.
... digerir pequeno almoço sentados à entrada do Mercado e assistir ao amanhecer desta Lisboa e toda a azáfama que acompanha os primeiros raios de sol.
... ter uma boa companhia.

segunda-feira, janeiro 14, 2008

sexta-feira, janeiro 11, 2008

quinta-feira, janeiro 10, 2008

Fragmento do meu dia...

... lá seguia eu, pela Rua Augusta, formoso mas não seguro, a ouvir I Don't Believe in Miracles de Thomas Dydbdahl.
Menino bem apessoado aproxima-se a fazer sinal de lumes, eu tiro os fones, procuro isqueiro e...

M- deixa estar eu não fumo. era só para saber se algum dia te casarias comigo
z (surpreso. sorrio)
M- porque eu casaria contigo agora
z (ainda confuso. respondo irracional e estupidamente)- está bem
M (sorrindo)- pronto, era só para te ver sorrir (afasta-se)

M (ao longe)- não te preocupes, havemos de nos encontrar outra vez. eu procuro-te. nessa altura vou pedir-te o número de telefone.

sexta-feira, janeiro 04, 2008

Neno...

Te acuerdas de cuando me hablavas de como era guai vivir en la ciudad, conocer medio mondo y follar con el otro medio, si possible todo e todos de una sola vez?
Te acuerdas cuando te dice para que vivises las cosas con calma?...
No te acuerdas porque eres una mierda y ahora estás muerto!
Y yo te hechare de menos...
Bicos y Apertas.
zito.
P.S.- Este es el mensaje (y otros que te envié, aún que bromeando!) que deberias haber visto todos los dias al desayuno.

Para uma Insular perto de mim...