o5.Out.07. Uma cabine telefónica plantada na Rua de Cândido dos Reis. O telefone toca. As pessoas são convidadas a entrar e a atender. Dentro da cabine, um cenário povoado de polaroids e pequenos post-its do género ‘anúncios de linhas eróticas’. Mas desta vez pode-se ler: "free intimate conversations with a stranger". Cria-se assim um cenário confessional. Do outro lado da linha, o actor fala. O tema de conversa é aleatório, o único critério é dizer a verdade. Estabelece-se uma ligação com o público que vai para além do cabo telefónico, ligação essa que nem sempre é fácil numa sociedade urbana e desumanizada.
Se esta rua fosse minha, eu enchia-a de pessoas sem pressa.
Se esta rua fosse minha andava descalça, cantava e sentava-me no chão a fumar os cigarros que deixei.
Se esta rua fosse minha abria todas as janelas e descia as escadarias do Clube Portuense a correr, tal Cinderela com ténis de cristal em noite de baile.
Se esta rua fosse minha peguntava as pessoas porque eram tao infelizes, porque eram da cor do granito, e desta vez, elas diziam-me, sem vergonha.
Se esta rua fosse minha, era mesmo minha e não deixava dizerem mal dela.
Se esta rua fosse minha, perguntava o que podia eu fazer por ela, e não, o que ela podia fazer por mim.
Se esta rua fosse minha abria todas as janelas e descia as escadarias do Clube Portuense a correr, tal Cinderela com ténis de cristal em noite de baile.
Se esta rua fosse minha peguntava as pessoas porque eram tao infelizes, porque eram da cor do granito, e desta vez, elas diziam-me, sem vergonha.
Se esta rua fosse minha, era mesmo minha e não deixava dizerem mal dela.
Se esta rua fosse minha, perguntava o que podia eu fazer por ela, e não, o que ela podia fazer por mim.
Se esta rua fosse minha estaria sempre assim...
Fotografias: Gilberto Figueiredo
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